É possível existir hospitalidade? uma análise do idioma como barreira à hospitalidade de imigrantes haitianos nas universidades brasileiras
Divisão: GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho
Tema de Interesse:
Trabalho e (i)mobilidades: fronteiras globais, tecnológicas e sociais
Autores
Luise Bittencourt Peres
Alba Valéria Oliveira Ficagna
Amanda Ribeiro da Luz
Resumo
O estudo objetivou analisar de que forma o idioma pode se tornar uma barreira à hospitalidade de imigrantes haitianos nas universidades brasileiras. A pesquisa foi descritiva de abordagem qualitativa, por meio do envio de um formulário com perguntas abertas para doze estudantes haitianos das Universidades Federais de Santa Maria, do Rio Grande do Sul e do Paraná. Os resultados acerca da categoria “a hospitalidade do país anfitrião e suas instituições educacionais”, apontam que os haitianos participantes da pesquisa migraram por motivações semelhantes, em função do estudo e da busca por melhores condições de vida, sendo o idioma uma dificuldade tanto na hospitalidade brasileira, como nas instituições educacionais. Quanto a categoria “hospitalidade da sociedade e pessoas”, observou-se o significativo papel das pessoas, das redes de amigos, colegas de curso, de trabalho e da Igreja, para a efetivação de uma hospitalidade incondicional. Infere-se que a hospitalidade incondicional [absoluta] advogada por Derrida confere maior aceitação do Outro ao ato de acolher e se manifesta nas respostas dos pesquisados sobre interação linguística. Contudo esta é impraticável de maneira integral, pois existem limitações, conforme a cultura e leis locais, a exemplo da imposição do idioma oficial, o que atribui condicionalidade ao ato de hospedar.
Atenção
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