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O tema de Negócios de Impacto social é relativamente recente nas discussões acadêmicas, sendo desenvolvido primeiramente no contexto prático e posteriormente no contexto acadêmico científico. Contudo, a academia pode contribuir significantemente para solução de vários problemas existentes no meio destes negócios, como é o caso deste artigo que visa propor uma análise sobre as fontes de financiamento para alavancar tais negócios, e com eles, todo um ecossistema de impacto social, em países emergentes, onde as iniciativas do poder público são deficitárias e tais negócios podem ser triviais para solução de problemas de saúde, educação, moradia, dentre outros segmentos.
Contudo, um questionamento que faço aos autores está relacionado à questão de pesquisa: não seria melhor definir como os negócios de impacto social são financiados no Brasil? Os autores trazem a abordagem de países emergentes mas entendo que a coleta de dados se refere ao Brasil, portanto, sugiro essa alteração.
O artigo traz uma introdução muito clara, com destaque às contribuições bem apresentadas desde o seu início. Na metodologia, os autores poderiam esclarecer melhor quais as fontes secundárias que foram utilizadas, por ex. quais relatórios, sites, livros e dados institucionais? Da mesma forma, a justificativa para a escolha dos entrevistados é carente. É importante que os autores apresentem mais informações dos entrevistados, o tempo de experiência que eles têm sobre Negócios de Impacto Social, o por que da escolha do servidor público, dos empreendedores (quanto tempo de atuação, setor) e dos investidores (tipo de investimento).
Os autores trazem uma abordagem bastante acurada sobre os tipos e definição de investimento de impacto que estão acessíveis aos Negócios de Impacto Social, mas não entendo como sendo um modelo analítico e sim um quadro com uma boa revisão dos tipos e modalidade de Negócios de Impacto. Um modelo analítico, precisa também ser propositivo, o que não acontece aqui.
De forma geral, o artigo está bem escrito e traz uma discussão e contribuições interessantes ao campo.
O artigo 'How Do Social Impact Businesses Get Financed in Brazil?' entrega resultados em sintonia com o proposto no título.
Há uma problematização consistente na introdução apontando dados estatísticos internacionais sobre temas atrelados ao assunto do artigo como a pobreza e desigualdade. Esta escolha justifica a existência dos negócios de impacto social. Ainda na introdução, ao problematizar, os autores apontam a escassez de estudos na literatura abordando modelos de negócios sustentáveis. Estas características demonstram amadurecimento na construção de problematizações.
No Referencial teórico - RT, a escolha dos conceitos abordados: negócios de impacto social e financiamento destes negócios trazem autores consagrados como o nobel Yunus, fundador do Grameen Bank, o que atribui embasamento para a análise e discussão dos resultados. A escolha apropriada e os autores embasados credibilizam o RT.
A metodologia é apresentada de modo a elucidar o caminho percorrido para entregar os resultados, apontando a episteme utilizada, os métodos, a abordagem, os entrevistados... Tudo isso é feito de modo claro e direto.
Com um título, problemática, RT e metodologia bem delimitados fica óbvio que algum resultado e discussão de qualidade será apresentado. O artigo faz a apresentação dos resultados atendendo ao objetivo proposto, qual seja: investigar as fontes de financiamento de negócios de impacto social em países emergentes. Destaque ao resultado, apresentado na tabela 1.
“There is no specific credit line as the options are the same of any business. This is bad, because
we don't have the same business model and a lot of things are different, even the market niche.
When I tell the bank that the intention of my business is to make an impact on society, that social
businesses have the idea of solving social problems, I'm sure they don't take me seriously” .
Isto evidencia a necessidade de atuação de demais stakeholders, como o Estado, com o seu poder de financiamento ou regulação. Os entrevistados foram unânimes em reconhecer que não há linhas de crédito específicas para os negócios de impacto social.
Destaque ao idioma da submissão: o inglês. Não que o português seja um idioma inapropriado, mas o uso do inglês possibilita o acesso ao conhecimento científico a mais pessoas, democratizando-o.
As conclusões são apresentadas em sintonia com o que se espera de um artigo científico: responde ao objetivo, aborda as limitações da pesquisa, sugere pesquisas futuras e comenta sobre as lacunas para pesquisas futuras.